Uma grande dica de passeio em Salvador é ir a Igreja do Bonfim, a ponta de Humaitá, a Igreja de Mont Serrat, a praia de Boa Viagem, e finalmente, se refrescar na Sorveteria da Ribeira. Este tem sido o programa de muitos baianos e turistas pela histórica península de Itapagipe.
Fundada em 1931, a sorveteria oferece os melhores sorvetes de frutas da cidade, em dezenas de sabores. A sorveteria também é palco de eventos, como o lançamento do livro Memória Incerta da Ribeira, de Gutemberg Guerra, em 30 de dezembro de 2011.
O livro conta de forma muito bonita um pouco da vida na Ribeira, e mostra um dos melhores relatos sobre a Sorveteria. Pode ser adquirido no site da editora Paka Tatu.
A sorveteria da Ribeira
(Texto de Gutemberg Guerra em Memória Incerta da Ribeira. Editora: Paka-Tatu. 2011)
Talvez o maior representante da marca do bairro seja este estabelecimento, fundado em 1931, no Largo da Ribeira, com vista frontal para Plataforma, na sombra de oitizeiros centenários. Atrai pessoas de todos os bairros da cidade e turistas durante todos os dias do ano. Nas tardes de domingo é uma referencia do que se pode desfrutar de prazeroso na cidade de todos os santos. Passávamos todos os dias em frente a ela quando fazendo o curso primário, porque estava na vizinhança da Escola Vitor Soares e Nossa Senhora da Penha.
Ofertando sabores variados, atravessou os tempos ampliando seu espaço, antes de apenas uma porta de folha de flandres que subia se enrolando sobre a haste de ferro. O cheiro de frutas e o clima temperado da sorveteria eram um convite para a degustação gelada, servida na casca que se dissolvia como hóstia junto com aquela comunhão que se fazia religiosamente sorvendo sabores tropicais. Coco, tamarindo, cajá, umbu, jaca, chocolate, tapioca, limão, manga, caju, eram alguns dos elementos que nos faziam ficar de água na boca e suplicar aos pais uma visita naquele cantinho do céu.
O espaço da sorveteria era tão exíguo que se tinha que comprar e vir para a frente do estabelecimento, sentar nos bancos sob os oitizeiros, olhando a paisagem generosa e disputando-se com a brisa a iguaria efêmera. Paletas de madeira eram o instrumento eficaz para se desbastar aquele montículo de prazer que se comprava pagando no caixa e retirando-se o produto no balcão em que funcionários ou membros da família do comerciante nos entregava, vestidos de avental e gorro de pano de algodão, após ter escavado os latões com suas mágicas colheres de sorveteiros.
A Sorveteria da Ribeira abriu filiais em outros pontos da cidade, mas a matriz continua sendo a mãe de todos os amantes dos gelados sabores tropicais.
Beto, muito obrigado pelos comentários e recomendação do livro. Quem esteve no lançamento pode atestar o que é ser servido pelos discípulos de Francisco (Fafá) e Cléa, sacerdotes dos sabores da famosa sorveteria.
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