Estive em uma viagem rápida na capital paraibana, com apenas um dia destinado a um congresso de arquitetura. Como o voo matinal para João Pessoa chegou muito cedo para o evento, decidi que seria uma boa oportunidade de fazer um pequeno passeio a pé pelo centro da cidade e conhecer suas principais edificações históricas.
João Pessoa
João Pessoa é umas das primeiras cidades do Brasil colônia, fundada em 1585, às margens do Rio Sanhauá, com o nome de Filipéia de Nossa Senhora das Neves. Seu nome atual surgiu com a Revolução de 1930, em homenagem ao político paraibano assassinado em Recife. A histórica cidade se desenvolveu em direção ao mar, sendo atualmente conhecida como a "Porta do Sol" devido ao fato de na cidade estar localizado o ponto mais oriental das Américas, a Ponta do Seixas, onde o sol nasce primeiro no continente.
Com tantos séculos de história, incluindo um período de ocupação holandesa no século XVII, a arquitetura da cidade reflete a beleza de diferentes estilos e épocas. Deste modo, seu centro histórico é considerado um patrimônio nacional, tombado em 2007 pelo Instituto do Patrimônio Histórico Nacional – IPHAN.
“Turistando” pelo centro histórico
Foto 1 – Tribunal de Justiça e antiga Faculdade de Direito da Paraíba |
O passeio começou na Cidade Alta perto da Praça João Pessoa, também conhecida como praça dos Três Poderes. Na praça estão situados os edifícios do Tribunal de Justiça, de 1865 (Foto 1), e o Palácio da Redenção de 1586, sede do governo estadual (Foto 2). Junto ao Palácio é possível ver o prédio da antiga Faculdade de Direito da Universidade Federal da Paraíba.
Foto 2 – Palácio da Redenção |
Ao lado da praça situa-se o Pavilhão do Chá, edifício criado em 1931 com objetivo de popularizar o hábito inglês do “Chá das Cinco”. Desta praça é possível também ter uma boa vista da fachada lateral do Palácio da Redenção (Foto 3).
Foto 3 – Pavilhão do Chá e fachada lateral do Palácio da Redenção |
Da Praça João Pessoa, prossegui o passeio a pé pela Rua Duque de Caxias, passando pela Praça Vidal de Negreiros, até Igreja de Nossa Senhora da Misericórdia, em estilo maneirista, datada do século XVII (Foto 4).
Foto 4 – Igreja de Nossa Senhora da Misericórdia |
Seguindo mesma rua, virei à esquerda na Rua Braz Florentino e prossegui até a Av. General Osório, onde encontrei uma interessante (e rebuscada) Loja Maçônica (Foto 5).
Foto 5 – Loja Maçônica e edificação do Centro Histórico de João Pessoa |
Na Av. General Osório, encontra-se o Mosteiro de São Bento, considerada a mais antiga igreja da cidade, com início da construção datada de 1590. Na esquina do mosteiro, avista-se a Catedral Basílica Nossa Senhora das Neves, cujo estilo eclético da fachada vem de reformas realizadas no século XIX (Foto 6).
Foto 6 - Catedral Basílica Nossa Senhora das Neves e Mosteiro de São Bento |
Caminhando à direita até o final da Rua Conselheiro Henriques, avista-se a Igreja de Nossa Senhora do Carmo, de 1592. Na esquina encontra-se o Casarão de Azulejos, que é todo revestido de azulejaria portuguesa do final do século 19.
Foto 7 - Igreja Nossa Senhora do Carmo e detalhe do Casarão de Azulejos |
Volto pela Av. Dom Pedro I, em direção ao largo do Centro Cultural de São Francisco, um rico exemplar da arquitetura barroca no Brasil, com a fachada construída no séc. XVIII.
Foto 8 – Igreja da Ordem Terceira de São Francisco |
O Centro Cultural de São Francisco é composto por um conjunto arquitetônico que inclui a Igreja de São Francisco, a Capela da Ordem Terceira de São Francisco, o Claustro da Ordem Terceira, e uma fonte. A igreja é precedida por um grande pátio externo, ou adro, que impressiona não somente pelas suas dimensões, mas também pela presença de painéis de azulejos que retratam cenas da Paixão de Cristo, e pelo monumental Cruzeiro na entrada.
Foto 9 – Cruzeiro e Painel de Azulejo no Adro da Igreja de São Francisco |
Finalizando o passeio, desci pela Ladeira de São Francisco até a Casa da Pólvora e dos Armamentos, construída em 1704. O edifício, de traços seiscentistas, propicia uma bela vista para a paisagem do estuário do Rio Paraíba, alguns quilômetros abaixo.
Foto 10 – Casa da Pólvora |
O horário em que fiz o passeio, entre 7 e 8 horas da manhã, foi muito agradável para caminhada, devido ao pouco sol. O percurso durou 1 hora, incluindo paradas para pedir informações. Infelizmente neste horário as edificações encontram-se fechada. O translado de taxi do aeroporto até a região custou 40 reais.
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